Quem trabalha com cuidados paliativos, faz de tudo para ajudar o paciente a continuar vivendo com bem-estar. Essa abordagem o coloca como protagonista de sua própria história, respeitando suas singularidades até o último respiro.
Muitas pessoas ainda desconhecem a importância dessa área, cujo principal objetivo é oferecer conforto, qualidade de vida e aliviar o sofrimento tanto do portador da doença quanto de seus familiares. Para os paliativistas, morrer é tão fundamental quanto nascer. Quando não é possível realizar intervenções médicas que possam curar o paciente, entram em campo esses profissionais, porque, após o diagnóstico, ainda há muito o que fazer pela pessoa e sua família. Na prática, os cuidados paliativos ressignificam aquilo que é a essência de cada um, controlando sintomas, analisando cuidados físicos e apoiando psicologicamente.
É como se os paliativistas dessem condições para que se continue a viver com dignidade e bem-estar. Na prática, oferecem uma assistência multidisciplinar e não medem esforços para melhorar a qualidade de vida do paciente, bem como das pessoas próximas. Todas as ações respeitam os limites da pessoa e suas autonomias e crenças. Podemos elencar 8 cuidados básicos:
- Aliviar a dor e outros sintomas;
- Considerar a morte como um processo natural, aliviando esse processo;
- Não acelerar nem adiar a morte;
- Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente;
- Oferecer suporte para que ele viva tão ativamente quanto possível, sempre respeitando suas limitações;
- Melhorar a qualidade de vida e influenciando positivamente o curso da vida;
- Deve ser iniciado o quanto antes, junto de outros cuidados para prolongar a vida;
- Auxiliar a família durante a doença do paciente e enfrentamento do luto.
Somente na década de 1980 surgiram os primeiros serviços de cuidados paliativos organizados no Brasil. Essa não é uma medicina de protocolos, mas de princípios, em que proteger é a palavra de ordem. Os paliativistas protegem o paciente do sofrimento, com um olhar individualizado e humano, compartilhando suas dores. É necessário enxergar a pessoa como um todo - repleta de valores, crenças, desejos, medos e trajetória própria. Vai muito além da doença: é um trabalho que contribui para atravessar essa fase tão difícil, mas que pode ser encarada de forma mais leve.